Primeira noite de debate da Semana de Jornalismo. |
João Bosco Monte defendeu a necessidade de exercitar mais a produção de pautas internacionais na faculdade de jornalismo. Para ele, é importante que os jornalistas tenham a capacidade de fazer comparações entre os fatos internacionais e a realidade local, fazendo com que os leitores sejam instigados a refletir como esses acontecimentos afetam o nosso cotidiano. Para exemplificar essa ideia, o colunista do O Povo pediu que a plateia citasse cinco pautas internacionais que tivessem em maior evidência no momento. Em seguida, ele fez um exercício de contextualização de cada temática, estimulando os presentes a pensarem como aquelas pautas interferem no nosso dia-a-dia. Para João Bosco, o maior desafio da cobertura jornalística internacional é a identificação do tema a ser explorado. “É necessário escolher temas que são importantes para o leitor, e não para quem escreve”, afirma ele.
Ermanno Allegri iniciou a sua apresentação exibindo, com exclusividade, um vídeo institucional da Adital, agência de informação da qual é diretor executivo. Ermanno e sua equipe perceberam a carência de informações sobre a América Latina e o Caribe na imprensa internacional e resolveram reverter esse quadro criando a Adital. “Nós passamos a levar para o mundo um tipo de informação que muitas vezes os meios de comunicação tradicionais não conhecem ou ignoram na sua divulgação”, explica ele. Ermanno Allegri observa que o noticiário internacional não fala da América Latina com continuidade e profundidade, procurando proporcionar aos leitores uma percepção do que acontece nesses países e conhecerem os diferentes tipos de cultura e economia. As principais fontes que ajudam a alimentar o conteúdo da agência são os grupos sociais organizados, que procuram promover uma democracia mais verdadeira e relações humanas mais justas.
A falta de interesse da grande mídia é apontada por Ermanno Allegri como fator principal da ausência da América Latina na pauta da mídia internacional. No entanto, ele acredita que a Internet tem proporcionado uma maior abertura à informação. “Com a chegada da Internet esse desconhecimento começou a desaparecer, no sentido em que a Internet é uma ferramenta livre. Os interesses [econômicos] ainda existem, mas existem também os interesses de quem quer consolidar a relação entre os países”, avalia.
Para os três debatedores, é só conhecendo a pluralidade cultural e social dos diversos países que aprenderemos a respeitar as diferenças e eliminar a ignorância, que muitas vezes gera violência. É por isso que o jornalismo internacional requer mais atenção. Para Jawdat Abu-El-Haj, mediador da mesa, a cobertura internacional brasileira "é um pouco tímida, porque às vezes ela não está presente nos momento corretos ou decisivos, mas melhorou muito nos últimos anos. Eu acho que está crescendo o interesse em conhecer novas regiões”, analisa.
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Jornalismo Internacional abriu com chave de ouro as discussões da III Semana de Jornalismo da UFC.
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