terça-feira, 3 de abril de 2012

A quem serve a Economia Verde?

Em tempos de intensas discussões sobre o futuro do meio ambiente e dos recursos naturais disponíveis, é cada vez mais importante informar corretamente as pessoas sobre os interesses por trás do "discurso verde".



Os ambientalistas lutam para a preservação e conservação do nosso espaço de habitação e chamam a nossa atenção para algumas falsas iniciativas e atitudes ecológicas que surgem, principalmente, de empresas e grandes corporações, as maiores exploradoras e desperdiçadoras dos recursos da Terra.

Em notícia sobre a aula inaugural da EPSJV/Fiocruz, o portal EcoDebate levanta a questão a partir da discussão promovida pela pesquisadora Camila Moreno, que fez um histórico detalhado das conferências e debates sobre meio ambiente desde a criação das Nações Unidas.

Com o título Linha do tempo do cinismo ambiental, o texto provoca reflexões sobre as verdades e mentiras por trás da emergente Economia Verde rumo a Rio +20. Nos convida a pensar sobre quais devem ser as principais questões a serem discutidas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

Há vinte anos, a Eco 92, primeira edição do mesmo evento, lançou as bases das ações e medidas que deveriam ser adotadas pelos governos dos países participantes, na tentativa de frear o aquecimento global e diminuir os impactos da ação humana no meio ambiente.

Hoje, é necessário avaliar o que foi feito até então e continuar apontando metas para um desenvolvimento sustentável.

Mais importante ainda, é atentar para o que a pesquisadora propõe: é preciso combater o mercado de recursos naturais que ganhou espaço com o discurso da Economia Verde; não deixar que grandes empresas privatizem bens naturais e públicos, na incessante busca por lucros e crescimento financeiro.

Veja trecho da matéria publicada nesta terça-feira, 03:

Para Camila, o ano de 1989, quando houve a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria, também é outro período fundamental para entender a conjuntura do mundo. Pouco depois, em 1992, é realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a ECO 92. “Para celebrar essa vitória de um sistema sobre o outro é que se realiza a Conferência do Rio, sob o governo do Collor, e que traz ao Rio 108 chefes de estado e de governo num momento histórico até hoje jamais repetido. Em nenhuma outra ocasião tantas autoridades mundiais estiveram juntas em um mesmo lugar”, diz. Camila detalha que nessa Conferência, para dar uma justificativa à sociedade civil, são assinadas três convenções – sobre clima, diversidade biológica e combate à desertificação – os mesmos temas que estão na pauta da Economia Verde. “Vinte anos depois, o que a Conferência Rio+20 oferece é: o mercado do clima, da biodiversidade e do solo”, protesta.

Jornalismo Ambiental
A terceira edição da Semana de Jornalismo promoverá uma mesa redonda sobre Jornalismo Ambiental, no próximo dia 13 deste mês, no Auditório Luiz Gonzaga - localizado no Centro de Humanidades III da UFC, às 19h. A mesa discutirá sobre a importância da cobertura jornalística de pautas ambientais de forma ética para uma informação correta do público.

A jornalista e professora Ilza Girardi, do Núcleo de Ecojornalistas (NEJ) e coordenadora do portal EcoAgência de Notícias alimentará o debate com suas experiências na cobertura da Eco 92 e nos demais trabalhos da EcoAgência. O jornalista Souto Filho, que colabora para o caderno Estado Verde do jornal O Estado, também estará presente para nos contar como é o cenário da cobertura de pautas ambientais no Ceará.

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